A liberdade
Da noite, tens o penar
Que a alimenta
Essa vontade louca
O que antes era pesar
Hoje adormece,
No desfecho,
Que fizeste de ti
O meu bem querer
E que a quimera
Se preencha de teus braços
Brando, rochoso
Feito um sonho
E o tempo da colheita
Se desperta!, assim lhe tenho
Ao meu peito,
No nosso disperso infinito.
No abismo,
Que vens a chegar
Lua bonita,
Ressoa teus sinais
E sem me distrair
Ao beber de teus lábios
Escuro espelho
Aos outonos,
Desfolham mistérios
Tua cintura, o vislumbre
De meu amado regresso
O que queres?
Aqui jaz em meu leito
Debruço em teus seios
Apalpo o silêncio
Que virtua
De tuas mãos
Assim a vida cruza ao
tempo, nossa primavera
Que jamais se cessaria.
Livro: 1.205 F: 251
Quem dera desfrutar
Do correr do tempo
Que lhe traga,
Feito água de rio
E que a vingança
Vens a declamar
Com a ternura,
Pois lá vem,
Descendo a ladeira
E um aperto no peito
Pois o crer,
Que o presente
De sorrisos sinceros
O álibi, que vens a clarear
A outrora chuva de verão.
Livro: 1.205 F: 251